
O momento tão aguardado pelo casal Darly Correia Alexandre e Daniele Brito se transformou em dias de tristeza e angústia. Os dois denunciam o Hospital Regional Maternidade Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, após o bebê deles morrer de complicações dois dias depois do parto. Emanuel Correia Alexandre foi gerado no dia 8 de maio, mas faleceu na manhã do dia 10 deste mês, enquanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
O casal registrou um Boletim de Ocorrência nessa quinta-feira (15) contra o hospital. Na denúncia, Daniele afirma que deu entrada na maternidade por volta das 8h do dia 8 de maio após sentir fortes contrações.
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Ao chegar na unidade de saúde, ela conta que foi encaminhada para a área vermelha, onde aguardou por 30 minutos. Em seguida, uma enfermeira realizou o exame de toque.
Na sequência, ela relata que ficou sendo monitorada por uma segunda enfermeira, que avaliava os batimentos cardíacos do bebê. Nesse momento, a mulher relata que estava com 7 a 8 centímetros de dilatação.
Posteriormente, a mulher relatou na denúncia que a enfermeira que a monitorava chamou mais uma profissional, informando que esta realizaria o parto.
Ela relata que essa terceira pessoa a colocou no soro e o bebê começou a sair por volta das 11h. No entanto, percebeu-se que a criança estava laçada com o cordão umbilical junto dos braços e com o pescoço.
Daniela conta que foi colocada deitada na maca e as duas primeiras enfermeiras começaram a retirar o bebê, sendo que uma delas puxava pela cabeça e a outra empurrava a barriga.
No Boletim de Ocorrência, ela relata que, após a retirada do bebé da barriga, o menino foi levado para outro setor do hospital, mas o deslocamento da criança não foi informada à mãe, que continuou na sala de parto.
Ela alega também que o pai do bebê, Darly Correia Alexandre, foi impedido naquele momento de ter o à criança.
Daniele disse que, após o nascimento, a criança ou por uma reanimação que durou cerca de 50 minutos e, entre as 11h, quando houve o nascimento do bebê, até por volta das 14h, a mulher alega ter ficado desassistida.
“Após cerca de três horas, o bebê foi encaminhado para UTI NEO NATAL, onde foi permitido o pai ter o ao filho. O pai questionou a médica responsável pela UTI, que informou que o bebê possuía vários hematomas no nariz, nos braços e nas pernas, sendo proibido o pai de tirar fotos do seu próprio bebê”, relata a mulher no Boletim de Ocorrência.
O bebê ficou na UTI até o dia 10 de maio, quando não resistiu e faleceu. Nessa quarta-feira (15), os pais solicitaram ao hospital o prontuário médico. Eles alegam que foram informados que o documento só seria disponibilizado em 20 dias.
Na certidão de óbito, a causa da morte foi descrita da seguinte forma: choque neonatal, encefalopatia hipóxico-isquêmica, hipóxia neonatal grave, acidose metabólica
Nas redes sociais, o pai da criança fez um desabafo cobrando apurações sobre a morte de Emanuel. Ele foi filmado chorando ao lado do pequeno caixão onde estava a criança. Na oportunidade, ele disse que não estava sendo fácil ar por este momento.
“Apenas um desabafo de um pai desolado sem saber a quem recorrer, mas eu vou até a última consequência e os responsáveis serão responsabilizados por isso. Nesse dia não morreu meu filho. Uma parte de mim, de sua mãe e irmã também foi embora”, desabafou o homem.
Ainda nas redes sociais, Darly Correia fez uma publicação de um vídeo do exame de ultrassom feito dez dias antes da morte da criança.
"Esse exame foi feito 10 dias antes dessa tragédia comprovando que, ate então, nosso filho estava com 100%de saúde e minha esposa apta para o parto. Mal sabíamos que sua vida seria ceifada nas mãos de gente inconsequente. Queremos explicações e justiça", cobrou o pai.
A Gazetaweb tenta contato com o Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho para saber o posicionamento da unidade de saúde.